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MEMÓRIA. BATALHA DA BORRACHA 18/02/2016
Soldados esquecidos
Livro e documentário revivem história de homens enviados à Amazônia para o fornecimento de matéria-prima aos Aliados durante a Segunda Guerra Mundial
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Jáder Santana
ACERVO MAUC/ DIVULGAÇÃO ACERVO ANA MARIA ASSIS RIBEIRO/ DIVULGAÇÃO
A partida dos primeiros soldados para a Amazônia aconteceu em 19430)
No final dos anos 1990, a então repórter especial doO POVO, Ariadne Araújo, saiu da redação com o objetivo de escrever uma matéria sobre versos eróticos e obscenos. De um dos entrevistados, o cearense João Amaro, na época com 68 anos, recebeu um livro de poemas picantes e uma carta datilografada na qual narrava um lado quase esquecido de sua vida: seus dias de soldado de borracha, metido no coração da Amazônia - o inferno verde - para a extração do látex que seria usado pelos Aliados durante a Segunda Guerra Mundial.
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“Picada pelo mosquito da curiosidade, pelo desejo de saber mais, de investigar aquela história desconhecida, misto de tragédia e aventura, peguei as malas e fui buscar o passado de João Amaro nos igarapés amazônicos, nas margens dos rios barrentos, navegando em canoas ligeiras, balançando na altura da palafitas”, conta Ariadne. Em junho de 1998, com a chamada “Nordestinos viram escravos nos seringais da Amazônia”, publicou o suplemento especial Soldados da Borracha.
Dezoito anos depois dessa aventura, Ariadne participa amanhã, 19, às 19 horas, no Espaço O POVO de Cultura & Arte, do lançamento do livro Soldados da Borracha: Os Heróis Esquecidos, projeto do cineasta cearense Wolney Oliveira com textos da jornalista e do historiador Marcos Vinícius Neves. Até o final do ano, Wolney também deve concluir o documentário A Guerra da Borracha, que visita os sobreviventes do episódio e a luta pelo reconhecimento dos seus direitos.
“O governo brasileiro patrocinou um verdadeiro genocídio. Do total de 55 mil homens, aproximadamente 25 mil morreram no primeiro ano”, argumenta Wolney, que embasou sua pesquisa em depoimentos de sobreviventes, dados oficiais e no acervo histórico disponibilizado pelo Museu de Arte da Universidade Federal do Ceará (Mauc).
O livro, ricamente ilustrado com fotos, mapas, cartazes e páginas de jornais, ajuda a traçar um panorama sobre a situação precária em que viviam aqueles milhares de homens e mulheres que abandonavam seus estados em busca de trabalho e bons salários nos idos de 1940. Uma caravana de estudantes cearenses, enviada aos seringais para estudar o cenário na época, trouxe o registro de 23 mil mortes causadas por malária, meningite, febre amarela, beribéri, icterícia e ferimentos não cuidados.
Dos soldados que sobreviveram, nenhum assistiu à equiparação de seus direitos aos dos pracinhas da Força Expedicionária Brasileira (FEB), como havia sido prometido pelo governo Vargas. Decorridos 70 anos, continuam lutando junto ao Congresso Nacional, à Organização das Nações Unidas (ONU) e à Corte Internacional da Organização dos Estados Americanos (OEA).
O POVO online
Veja vídeo sobre a matéria em www.opovo.com.br/videos
além do caderno Soldados da Borracha, e entrevista com a autora emwww.opovo.com.br
SERVIÇO
Lançamento do livro Soldados da Borracha
Quando: amanhã, 19, às 19 horas
Onde: Espaço O POVO de Cultura & Arte (av. Aguanambi, 282 - Joaquim Távora)
Entrada franca
Telefone: 3255 6037
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